terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Infancia


Quando viramos adultos olhamos pra trás e lembramos da nossa infancia, não é? Hoje lembrei de tanta coisa, lembrei das fotos do meu aniversário de um ano, lembrei que nunca brinquei de boneca porque era tão chato brincar sozinha (basta ressaltar que tenho irmãos gemeos mais velhos e nenhuma irmã), me lembro dos power rangers e dos cavaleiros do zodíaco, lembro da primeira vez que me roubaram (um boné do jurassic park uhahuaahu) e lembro de como era bom brincar. Tive a melhor infancia que uma criança pode querer, até fui mordida por cachorro. A infancia é uma etapa tão bonita da vida que não podemos disperdiçar, fui criança até o dia 17/12/2002, quando pela primeira vez eu senti o que é perder alguem e a partir dai comecei a envelhecer. Ser criança é tão bom, sem preocupações ou coisas parecidas, ai enquanto o tempo passa mas preocupações voce tem, mais obrigações voce tem e, acima de tudo, mais responsabilidade. Hoje em dia eu já estou nessa etapa da vida, pode ser gostosa de se viver como tambem pode ser difícil de se vivenciar, tudo depende de como encaramos cada desafio interposto para nós. Apesar de tudo que já passei, todas as etapas já ultrapassadas, todos os desafios vencidos, eu olho pro passado e penso "eu ainda tenho aquele espírito de Alice no país das maravilhas de quando o mundo era uma maravilha e eu adoro esse espírito". Adoro meus momentos crianças de ser, adoro os desenhos que via e, principalmente, adoro o meu mundo de 'Alice no País das Maravilhas'.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

...



And yet, to say the truth,
reason and love keep little company together nowadays.

William Shakespeare
A Midsummer Night’s Dream
Act III, Scene i



"...I wondered if the creature could be put back together. I doubted it. It was part Bella, too—so it must have inherited some of her vulnerability. I could hear that in the tiny, thrumming beat of its heart.
Its heart was beating. Hers wasn’t.
Only a second had passed as I made these easy decisions.
The trembling was getting tighter and faster. I coiled myself, preparing to spring at the blond vampire and rip the murderous thing from her arms with my teeth.
Rosalie cooed at the creature again, setting the empty metal bottle-thing aside and lifting the creature into the air to nuzzle her face against its cheek.
Perfect. The new position was perfect for my strike. I leaned forward and felt the heat begin to change me while the pull toward the killer grew—it was stronger than I’d ever felt it before, so strong it reminded me of an Alpha’s command, like it would crush me if I didn’t obey.
This time I wanted to obey.
The murderer stared past Rosalie’s shoulder at me, its gaze more focused than any newborn creature’s gaze should be.
Warm brown eyes, the color of milk chocolate—the exact same color that Bella’s had been.
My shaking jerked to a stop; heat flooded through me, stronger than before, but it was a new kind of heat—not a burning.
It was a glowing.
Everything inside me came undone as I stared at the tiny porcelain face of the half-vampire, half-human baby. All the lines that held me to my life were sliced apart in swift cuts, like clipping the strings to a bunch of balloons. Everything that made me who I was—my love for the dead girl upstairs, my love for my father, my loyalty to my new pack, the love for my other brothers, my hatred for my enemies, my home, my name, my self—disconnected from me in that second—snip, snip, snip—and floated up into space.
I was not left drifting. A new string held me where I was.
Not one string, but a million. Not strings, but steel cables. A million steel cables all tying me to one thing—to the very center of the universe.
I could see that now—how the universe swirled around this one point. I’d never seen the symmetry of the universe before, but now it was plain.
The gravity of the earth no longer tied me to the place where I stood.
It was the baby girl in the blond vampire’s arms that held me here now.
Renesmee.
From upstairs, there was a new sound. The only sound that could touch me in this endless instant.
A frantic pounding, a racing beat…
A changing heart."

Book Two: Jacob - Breaking Dawn (Stephenie Meyer)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A dor que dói mais!


Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.
Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.
Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.

Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.

Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

Martha Medeiros