sábado, 13 de março de 2010

Sentia falta


Naquela noite de sexta-feira, depois de fumar seus cigarros de marca cara e beber aquela vodka escocesa da melhor, percebeu que estava sozinho. Olhou ao seu redor, tantos amigos, tantas amigas, tanta gente bonita e mesmo assim aquele sentimento de solidão tomou-lhe o peito, procurou a amada e nada encontrou.
Depois de tantas doses de destilada e tabaco em excesso, sentia-se tonto, na verdade estava embriagado mas não queria admitir, cambaleou até seu carro e deixou todos pra trás. Pensava apenas nela.
Após voltas e voltas atrás da única mulher da sua vida, atrás de quem realmente valia a pena lutar, sua cabeça piorava e girava cada vez mais e altas doses de tabaco lhe fez perceber que nunca ia esquece-la e, talvez parecendo um cliché, mais aquilo o enlouquecia.
Voltou correndo para a sua casa com aquela esperança idiota de encontrá-la naquela cama em que várias noites consumaram aquele amor fumegante que sentiam, mas estava vazia, que imbecil, a cama estava arrumada do jeitinho que ela tinha feito daquela ultima vez, um mês atrás, seu perfume ainda tomava conta do travesseiro que ela usava e ainda podia-se encontrar fios daqueles cabelos que um dia roçaram o rosto dele.
E, mais uma vez aos prantos, ele caiu no chão, aquele chão que lhe servia de colchão naquele ultimo mês, o chão que lhe servia de travesseiro apenas pra não desarrumar os últimos vestígios dela e, mais uma vez, ele dormiu no chão, embriagado e com um cigarro ainda aceso. O coração arrasado e seus sonhos perturbados, mas ele sentia falta dela.





(Alice Chíxaro)

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